Nesta edição apresentaremos Cachoeira do Campo, o quarto e o maior dos Distritos que estamos visitando na bucólica e histórica Vila Rica de Ouro Preto, a última capital mineira antes de BH, e que conta com uma população que beira aos dez mil habitantes.
HISTÓRIA
O surgimento está atrelado à bandeira de Fernão Dias Paes, que buscava riquezas nas terras mineiras por volta dos anos de 1674, e teria fixado parada junto às águas límpidas da região. Seu primeiro morador teria sido Manuel de Melo, que lá se estabeleceu em 1680.
O período mais intenso da mineração gerou o aumento da população e, consequentemente, necessidade de áreas férteis para produção de alimentos. Nesse contexto Cachoeira do Campo começa ter seu desenvolvimento inicial, logo nos primeiros anos do século 18.
Nessa mesma época, logo após o marco inicial do desenvolvimento do lugar e especialmente devido a isso, a área foi palco de um dos momentos mais sangrentos da história do Brasil: A Guerra dos Emboabas, ligada aos direitos de exploração de ouro na região.

O desfecho de tal evento culminou com a criação, pela Coroa Portuguesa, das Capitanias de São Paulo e de Minas Gerais, tendo o capitão Antônio Albuquerque assumido a governança mineira, tendo Mariana por capital.
No fervo daqueles tempos não se pode deixar de mencionar a sedição de Vila Rica, comentada em nossa matéria especial que fizemos em Ouro Preto, cuja prisão de seu herói maior, Felipe dos Santos, teria se dado em frente da Igreja da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Cachoeira do Campo.
Ainda na metade do século 18 o lugar passou a ser habitada por uma poderosa e rica aristocracia, com a construção de prédios suntuosos e de muita pompa, incluindo o Palácio da Cachoeira.

Nesse particular, temos que o Palácio da Cachoeira foi construído em 1773 por D. Rodrigo de Menezes, servindo de moradia aos governadores da Capitania das Minas Gerais, sendo ele mesmo o primeiro morador. A ponte de acesso ao Palácio, com 30 metros de comprimento, era toda feita em pedra bruta.
O local resiste nos dias atuais, mas todo modificado, abrigando o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.
Já no último quarto do século 18 foi edificado em Cachoeira do Campo, um quartel para abrigar o Regimento Regular da Cavalaria de Minas, chamado de Quartel dos Dragões Del Rey, onde estava lotado o então alferes Joaquim José da Silva Xavier, depois conhecido como Tiradentes.
O DISTRITO
Cachoeira do Campo tem ares de cidade desenvolvida, com vasto centro comercial e industrial, cruzado de ponta a ponta pela BR-356.
É bem verdade que faltam arranha-céus para completar a modernidade, mas o Distrito dribla essa falta e ostenta muitos conjuntos habitacionais com vários pavimentos, além de grandes lojas, supermercados, oficinas e tudo mais que a comodidade pode oferecer.
A topografia é irregular, com alternância entre os sobes e desces da serra onde está inserida, e suas ruas guardam as características dos tempos históricos: estreitas, tortuosas, cheias de detalhes e capelinhas para todo lado.
Por estar ao lado de rodovia de grande movimentação, a rede hoteleira é bem variada, assim como as paradas para boas refeições, em qualquer hora do dia.
A pavimentação intercala blocos de cimento, pedras típicas da era colonial e asfalto e a sinalização é pouca, mas adequada aos visitantes que por lá se aventuram.
Para complementar os acessos ao Distrito, a rodovia MG-440 chega por lá no sentido sudoeste/nordeste, até terminar na BR-356, promovendo a maior muvuca num trânsito intenso e complicado.
Para quem até aqui curtiu os pacatos Distritos de Miguel Burnier, Engenheiro Correia e Santo Antônio do Leite, como em nosso caso, o impacto foi grande ao chegarmos na região de Cachoeira do Campo e, mais ainda, em suas ruas movimentadas.
A parte histórica e com mais visitantes está na ala norte da BR, e é onde vamos encontrar a maioria dos atrativos que nos levaram até lá.
RODANDO EM CACHOEIRA DO CAMPO
IGREJA MATRIZ

Na atualidade a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré é o ponto mais importante do Distrito e foi construída nos primeiros anos do século 18, em estilo barroco.
O templo é de baixa estatura, mas provido de duas torres laterais com seus respectivos sinos, e um relógio com algarismos romanos disposto na torre esquerda de quem olha a igreja.
Não há propriamente uma praça em sua frente, mas um “largo” amplo na via pública que “abraça” a igreja. Complementa a beleza do lugar um minúsculo jardim gramado; um pequeno coreto e, mais afastado um pouco, um cruzeiro feito em pedra e cantaria, construído no último ano do século 18.
Pelas informações colhidas, a decoração do templo é em estilo nacional português da primeira fase do barroco mineiro, com muita talha em madeira e douramento, típico dessa época.
COMO CHEGAR
Para o aventureiro que partir da sede do município de Ouro Preto o percurso total será de 23 km, todo ele a ser percorrido pela BR-356, no sentido leste/oeste.
Já para o visitante que vier de Belo Horizonte o percurso é um pouco mais longo, com cerca de 78 km, também a ser percorrido com exclusividade pela BR-356, agora no sentido norte/sul.
Para visitantes e aventureiros que desejarem conhecer o Distrito, vindo de seus respectivos domicílios, a sugestão é a utilização de um bom guia rodoviário, levando como referência a cidade mineira de Ouro Preto.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
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